terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Lixão que ameaça mangue virou fonte de renda


Uma imensa cratera localizada num terreno às margens da Avenida dos Portugueses, nas intermediações da Vila Dom Luis, há alguns anos, vitou um depósito de lixo e tem incomodado moradores da região. Mas o lixo alí depositado é fonte de renda para outras pessoas.

A situação já seria um grande problema para quem reside ou tem algum ponto comercial nas proximidades do lixão, por causa do mau cheiro que exala dos dejetos jogados. Porém, a grande quantidade de lixo tem aumentado e ameaça uma área de mangue localizada há poucos metros do local.

O morador Nélio Arruda, de 52 anos, reclama do mau cheiro e do perigo que o lixão representa para o mangue.

“Além do mau cheiro incomodar quem mora perto daqui ou passa pela avenida, ainda há esse risco do lixo invadir o mangue. É falta de educação e até crime, mangue é uma área de preservação ambiental”, disse.

O morador alerta ainda para o agravamento da situação com o início do período chuvoso. Isso porque, segundo ele, a água das chuvas vai levar o lixo para dentro do mangue mais rápido.

Carlos César, gerente da Madeireira Bacanga, que fica ao lado do local, disse que de vez em quando observa pessoas jogando lixo na cratera.

Sobrevivendo do lixo


Enquanto moradores reclamam do mau cheiro e do risco dos dejetos invadirem o manguezal, na Avenida dos Portugueses, próximo à Vila Dom Luís, Maria de Fátima Rodrigues, de 50 anos, aproveita para limpar a sujeira e ganhar um dinheirinho a mais, vendendo garrafas de vidro, ferros e alumínio catados nas imediações do mangue.

Ela conta que não tem casa e por isso mora com a irmã no bairro da Vila Embratel. Como está desempregada, tem que encontrar um meio para sobreviver.

“Quando não estou na feira vendendo laranja, recolho ferro, alumínio e garrafas para vender e ter meu dinheirinho para compra minhas coisas”, relata.

Ela diz que os ferros velhos pagam R$ 2 por um quilo de ferro, enquanto que as recicladoras pagam R$ 1 por cinco garrafas de vidro de 1 litro e R$ 1 por um quilo de alumínio.

“Quando vou a um lixão que tem muito material, chego a ganhar até R$ 70 por dia”, conta.

A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informa que a coleta de lixo é feita diariamente em todas as avenidas principais da cidade, entre elas, a dos Portugueses. Porém, dentro dos bairros, a limpeza é feita todas as terças-feiras, quintas-feiras e sábados. Informa ainda que vai enviar uma equipe para fazer a retirada do ponto de lixo na Avenida dos Portugueses, citado na matéria.

A Semosp informa ainda que criou a “Blitz Urbana”, uma ação realizada em conjunto com a Semus, SMTT e a Guarda Municipal, utilizando-se de uma unidade móvel com poder de fiscalizar, notificar e multar todos que forem flagrados colocando lixo em passeios, áreas de preservação ambiental, praças e terrenos baldios.

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