terça-feira, 16 de março de 2010

Moradores do Alto da Esperança protestam contra reativação da Funac do bairro‏


Os moradores do bairro Alto da Esperança, na Área Itaqui-Bacanga estão temerosos pela possibilidade da transferência de alguns internos do Centro de Juventude e Esperança (CJE), da Fundação da Criança e do Adolescente do Maranhão (Funac), na Maiobinha, para o prédio da instituição localizada no bairro, que já abrigou meninas infratoras e que está desativado há mais de dois anos.

Na manhã da última segunda-feira, 15, cerca de 30 moradores reuniram-se em frente ao prédio da Funac do Alto da esperança, para protestar contra a vinda dos menores infratores da para o bairro.

A líder comunitária Conceição Costa, de 49 anos, conta que há dez anos, o local onde hoje é um prédio de ressocialização da Funac já foi um centro comunitário, onde mulheres da comunidade participavam de cursos profissionalizantes.

Ela conta ainda que, a partir do ano 2000 a rotina dos moradores mudou totalmente, não só com o fim dos cursos profissionalizantes na comunidade, mas principalmente com a vinda das menores para o bairro.

“Essas meninas que viviam aqui eram uma verdadeira dor de cabeça para nós moradores. Elas fugiam do prédio e invadiam as casas, roubando as coisas das pessoas e fazendo a maior bagunça nas residências”, relata.

Os moradores desmontram bastante preocupação e dizem temer que a situação piore com vinda dos adolescentes.

“Se acontecer uma fuga, vai ser um tormento para toda a comunidade. Esses adolescentes já têm um histórico de rebelião lá na Maiobinha, imagina o que vão fazer aqui?”, preocupa-se a moradora Iraci Castro, de 71 anos.

Iraci mora ao lado do prédio da Funac e conta que já teve vários prejuízos por causa da instituição. Ela disse que teve a casa invadida pelas menores várias vezes e utensílios domésticos e móveis danificados. Agora o medo é de que, além dos prejuízos materiais, possa haver atentados contra a vida das pessoas, com a chegada dos adolescentes.

“Com as mulheres até dava para lidar, mas como vamos lidar com esses adolescentes?”, demonstrou preocupação.

Os moradores reclamam também, que a vinda dos internos agravará ainda mais a rotulação de que a área, e principalmente o bairro, é uma região perigosa.

“Sempre somos vistos como uma área perigosa, mas em vez de trazerem benefícios que tente mudar essa realidade, eles nos mandam é mais problema. O que queremos é um posto médico e um posto policial”, reivindica o membro da Associação dos Moradores do bairro Afonso de Jesus Leite, de 28 anos.

A assessoria da Funac informou que o prédio localizado no Alto da Esperança é da instituição e que no momento está necessitando do local para abrigar alguns internos. A instituição alega, porém, que antes de encaminhar os menores para o prédio, está conversando com líderes comunitários do bairro, no intuito de minimizar os transtornos da transferência para a comunidade.

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