terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Um sonho de "Liberdade"!


Uma criança brincando com seu pequeno helicóptero de brinquedo na Praça do Viva da Liberdade. Uma cena normal, não fosse a situação de medo e insegurança vivida pelo bairro nos últimos dias. Por causa de briga entre gangues, o Batalhão de Choque da Polícia Militar teve que ocupar o bairro na manhã dessa segunda-feira, 4.

Em meio a presença de carros e motos da PM, a criança na sua inocência apenas brincava com seu brinquedo. A cena contrastava com a tensão vivida pelos moradores com a situação de guerra em que o bairro se encontra.

Sem ter a noção exata do que representava a presença de tantos policiais, o pequeno parecia admirado com a situação. Talvez relacionando a cena com algum filme de super-heróis que tenha assistido.

Ao ver a patrulha policial percorrer algumas ruas do bairro, o menino pediu para entrar em uma das viaturas. Com a permissão dos PMs, ele entrou no carro da polícia e fez o trajeto com o policial sem demonstrar nenhum medo. Definitivamente, o dia de tensão da Liberdade foi um dia de aventura para ele.

Insegurança e esperança

Alguns moradores ainda receosos disseram não sentir-se seguros com a presença da polícia no bairro.

“Só a presença da polícia não garante a segurança. Até porque sabemos que eles só vão ficar aqui até as coisas esfriarem”, disse um morador que não quis se identificar.

Para Raimundo Vieira, de 79 anos, um dos moradores mais antigos do bairro, a situação na Liberdade sempre foi de medo e insegurança.

“Moro na Liberdade há 55 anos e nesse tempo todo já presenciei muita bandalheira”, conta o aposentado.

Outros moradores acreditam que o problema do bairro vai além do aumento da presença de policiais nas ruas. Alguns dizem que o a situação poderia ser melhor se fosse melhorada a educação de crianças e jovens.

Eles citam a criação de locais onde crianças e jovens pudessem exercitar sua criatividade através da arte ou outra coisa que lhes dêem prazer, como exemplo de um meio para afastá-los do mundo das drogas e violência.

No limite do medo e da incerteza quanto ao futuro do bairro, mais ainda demonstrando esperança, um morador exclama: “Só Deus para ter piedade de nós! Mais ainda sonho com liberdade de verdade no nosso bairro!”.

O Comandante do Batalhão de Operações Especiais (BME) Coronel Flávio de Jesus afirmou que a polícia deve permanecer no bairro por tempo indeterminado.

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