quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, deficiente físico fala das dificuldades no dia-a-dia


Jorge Henrique, de 38 anos, morador do bairro da Areinha é deficiente físico há 18 anos. Ele ficou paraplégico em 1991, depois de ser vítima de arma de fogo. Jorge faz parte dos 200 mil deficientes que moram na capital.

No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, nesta quinta-feira, 3, o cadeirante falou sobre as principais dificuldades de locomoção, acessibilidade e empregabilidade. Ele faz questão de mostrar as vitórias conseguidas, em detrimento da deficiência.

Calçadas quebradas, sem rampa, ônibus sem elevador ou com motoristas e cobradores que não sabem operar. Estas são algumas das principais dificuldades apontadas por Henrique. Porém, isso tudo é apenas mais um obstáculo na vida de quem tem deficiência. Eles não se deixam abater e procuram levar a vida em frente.

Henrique faz parte o time de basquete para cadeirantes da Associação do Lesado Medular (Alm), da qual é também coordenador. Há anos o órgão luta pelo respeito e pela implementação de políticas públicas às pessoas com deficiência física. O basquete é uma forma utilizada pela associação para o deficiente viver bem mesmo com as dificuldades diárias.

Emprego

“Hoje já existem algumas empresas que reservam vagas para pessoas com deficiência, porém, essas vagas ainda são poucas. A maioria é destinadas à quem tem uma deficiência que não o impeça de andar. Para cadeirantes quase não há vagas”, reclama.

Além das reduzidas oportunidades de emprego, Jorge relata que os deficientes são taxados como desqualificados ou incompetentes. Ele considera esse tipo de visão como preconceituosa é simplista.

“Nós estamos nos qualificando, pois assim como os não-deficientes, também queremos e podemos trabalhar, só precisamos de algumas adaptações em banheiros, portas, entre outros locais”, contou.

Atualmente Henrique trabalha como autônomo, mas pretende iniciar em breve um curso de montagem e manutenção de micros. Com isso, ele pretende conseguir um emprego melhor.

Transporte

O Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência coloca o transporte público como principal obstáculo para os deficientes.

Nem todos os ônibus possuem elevadores para usuários de cadeiras de rodas. E mesmo quando existem, segundo o Conselho, não há um motorista treinado para operá-lo. Outro problema é a falta de aviso sonoro das paradas, o deficiente visual desconhece onde está. A esperança é que, de acordo com a Lei 8.296, de 2005, em até dez anos toda a frota de cidades que são capitais estejam adequadas, incluindo São Luís.

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