terça-feira, 2 de março de 2010

Proprietários de bares na Ponta d'Areia estão ameaçados pela força das marés

“A maré não está pra peixe” na orla marítima de São Luis. Nem pra peixe e muito menos para banhistas e donos de bares. Na manhã da última segunda-feira, as marés chegaram à altura de 6,4 metros nas praias da capital. A força das ondas chegaram a quebrar as barreiras de segurança de bares mais próximos a água na Praia da Ponta d’Areia e deixaram os proprietários dos estabelecimentos assustados.

Maria do Carmo, de 60 anos, dona de um bar, conta que em 30 anos de atividade na Ponta d’Areia essa foi uma das maiores marés que já presenciou.

“Foi muita água. Lavou todo o meu bar. As ondas de ontem só não foi mais fortes do que a de 1983. A água Invadiu meu bar, atravessou e chegou até a rua”, lembra.

Maria reclama também dos gastos que é obrigada a ter com barricadas para conter a água da maré.

“Não tenho mais condição para mandar arrumar barricadas para conter a água. Já gastei muito dinheiro com sacos de areia e pneus. O pior é que ninguém olha para o nosso problema”, queixa-se a proprietária.

Ela relata ainda que nesse período de alta nas marés, o movimento no bar sempre tende a diminuir. Isso acontece, segundo Maria, porque os clientes ficam assustados com as ondas.

Outro dono de bar prejudicado com as ondas é Aldenor Ribeiro, de 70 anos, que além de trabalhar na Ponta d’Areia, também mora no local há cerca de 40 anos. Ele conta que chegou a gastar mais de R$ 6 mil com a construção de uma calçada para evitar que a água invadisse e danificasse o bar.

“Por enquanto, o meu investimento na calçada tem valido a pena. A água bate na calçada e volta. Mas não sei até quando isso acontecerá, porque pode ter ondas ainda maiores que a de ontem. Até agora, as ondas só afetaram os donos de bares, mas se nada for feito, os prédios da avenida também serão atingidos”, alerta.

Na manhã desta terça-feira, 2, donos de bares apressavam-se em aumentar o número de sacos de areia na encosta próxima aos pontos comerciais com medo da água.

Gregório Ferreira, de 37 anos e Carlos Augusto, de 32 disseram que na barricada montada próximo ao bar da tia de um deles já continha cerca de 1.000 sacos, mas a onda ocorrida na segunda-feira fez com que eles cuidassem em aumentar esse número, para tentar proteger o ponto.

A Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) informou que ainda em março, será lançado o edital para a construção de um espigão na área da Ponta da Areia. A Sinfra informou ainda que a obra resolverá o problema de erosão na orla, que tem se agravado nos últimos meses devido à força da maré, ameaçando bares e prédios localizados à beira da praia.

Além da erosão, a medida conterá também o assoreamento do canal existente entre a península e o banco de minerva - espécie de banco de areia, na Ponta d'areia.

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