terça-feira, 9 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher e de cobranças


Com faixas, apitos e palavras de ordem, cerca de 100 mulheres reuniram-se na manhã desta segunda-feira, na Praça Deodoro, Centro da capital, onde realizaram um ato público em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Da praça, seguiram em caminhada pela Rua do Sol até a Praça Nauro Machado, na Praia Grande, onde o ato foi encerrado.

Nas faixas e palavras de ordem, as manifestantes reivindicavam direitos ainda não alcançados, como também lembravam as conquistas durante os 100 anos de instituição do 8 de março (Dia Internacional da Mulher).

Entre as conquistas celebradas, destaque para o direito ao voto, inserção no mercado de trabalho, e principalmente para a Lei Maria da Penha (Lei 11.340 / 2006), que combate a violência doméstica e familiar contra a mulher.

Para a deputada estadual Eliziane Gama, presente na manifestação, as melhores condições de trabalho e uma maior participação política devem ser vistos como a bandeira de luta da mulher do século 21.

“Chegamos a muitas conquistas em um século de lutas pelos direitos das mulheres, porém ainda há muita caoisa a se conquistar. Trabalhamos em condições bem inferiores a dos homens e temos uma participação muito pequena no âmbito político. É necessário avançar mais ainda”, ressaltou a deputada.

Outra reivindicação das manifestantes foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução de salário e aumenta para 75% o valor da hora extra.

No âmbito municipal, o ato público trouxe à tona a discussão acerca da criação do Fórum Municipal de Mulheres.



Integrante do Fórum Maranhense de Mulheres, Eunice Costa, de 39 anos disse que a criação da versão municipal do fórum, iniciada há 3 anos, deve ser consolidada e que é fundamental para a implementação de novas políticas públicas para as mulheres.

“O fórum é um espaço democrático e propício para a discussão sobre políticas públicas para nós mulheres. Ainda temos muito o que conquistar, e um espaço como o Fórum Municipal de Mulheres dará mais força à nossa luta, servindo como uma forma de pressionar o poder público a implementar essas políticas públicas”, esclarece.



Secretaria Municipal da Mulher


A vereadora Rose Sales aproveitou o momento para anunciar a proposta de criação da Secretaria Municipal da Mulher.

“Apesar de a criação da Secretaria Municipal da Mulher ser uma ação do executivo, cabe a nós, enquanto representantes da sociedade civil, nos organizarmos em torno dessa proposta. Para isso, vamos fazer um abaixo-assinado para exigir a criação do órgão”, informou a vereadora.

Rose Sales ressaltou que a criação da secretaria significa a institucionalização das lutas por políticas públicas para as mulheres ludovicenses.


Origem do 8 de março


No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

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