quarta-feira, 31 de março de 2010

Moradores da Salina do Sacavém temem outro deslizamento de terra


Um ano após o deslizamento de terra que resultou no desabamento de cinco casas e na morte de duas pessoas, os moradores das Ruas 1 e 2 da Salina do Sacavém temem viver, outra vez, o mesmo pesadelo. O medo aumentou ainda mais após a chegada definitiva do período chuvoso a São Luis.

O vice-presidente da Associação de Moradores do bairro, Jailson Costa, de 35 anos, reclama que há um verdadeiro descaso por parte do poder público para com os moradores das áreas de risco. Ele conta que após a tragédia no ano passado, a Prefeitura e Governo do Estado prometeram prestar assistência aos moradores e tomar uma atitude para evitar que o desastre se repetisse, mas isso não aconteceu.

Segundo o vice-presidente, um ano depois, a única providência tomada foi a inclusão das famílias que tiveram as casas destruídas no programa Aluguel Social, da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas).


“A prefeitura e o governo prometeram reconstruir as casas que desabaram e também construir um muro de contenção para evitar que outras viessem a desabar nesse ano. Mas até agora, nenhuma casa foi reconstruída e o pior de tudo é que o muro que prometeram não foi feito”, reclama.

Costa informa ainda que, além das cinco casas que desabaram, outras 16 ficaram com a estrutura comprometida. Ao todo, era necessário que 21 casas fossem reconstruídas. Após as últimas chuvas que caíram na capital, os moradores voltam a ficar em estado de alerta.

“Ainda não estávamos com muito medo, porque as chuvas estavam fracas. Mas agora que a chuva chegou de vez, o pânico voltou”, ressaltou o vigilante Júlio César Cardoso, de 36 anos.

Com a casa próxima à ribanceira, a doméstica Rosimar Marques de Sousa, de 25 anos, teme ter que viver o mesmo pesadelo de alguns vizinhos. Ela conta que eles, além de ver suas casas e suas vidas desmoronarem, as famílias vítimas da tragédia ainda têm que viver em casas com apenas três cômodos.

“Essas casas que são alugadas para as famílias são muito pequenas. Peço a Deus todo dia que não precise passar por isso. Ainda mais, porque lá em casa somos dez pessoas, não daria para viver em uma casa com apenas três cômodos”, relata.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) informou que as providências na Salina do Sacavém competem apenas à prefeitura e que a única intervenção do estado é na análise da situação por meio da Defesa Civil.

A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou que está em curso o processo de licitação para contratação da empresa que irá realizar a construção do muro de contenção e outras benfeitorias, no bairro Salina do Sacavém, visando amenizar os transtornos causados pelas enxurradas.

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