sexta-feira, 18 de setembro de 2009

COMENTANDO - Violência a estudantes: 30 anos depois a história se repete!

Há exatamente 30 anos, no dia 17 de setembro de 1979, a “Ilha Rebelde” ganhava mais uma razão de assim ser chamada. Começava aí o movimento que ficou conhecido nacionalmente e até no exterior como a “Greve da Meia-Passagem”.
Tratava-se do movimento estudantil em defesa do direito à meia-passagem em ônibus coletivos na Ilha de São Luís. A greve parou São Luís por uma semana, com quebra de ônibus e revolta nos bairros. Uma pichação nos muros da UFMA mostra a que ponto que o movimento chegou: “Meia-passagem ou meia cidade!”. Maiores que as manifestações foram os atos de repressão da polícia, sob a ordem do então governador biônico (indicado pela ditadura militar) João Castelo.
Mais de 35 mil pessoas foram duramente massacradas, espancadas, pisoteadas, baleadas, presa e torturadas pela polícia, mas resistiram e fizeram o maior movimento popular em defesa da Liberdade e da Democracia da história do Maranhão, alcançando ao final a conquista do direito reivindicado.
Na última quinta-feira, 17, o Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Maranhão (DCE-UFMA), que tem o nome de “17 de setembro” (uma referência à data da greve), preparou uma vasta programação para lembrar a manifestação.
Logo pela manhã alguns membros do DCE-UFMA realizariam uma panfletagem no Terminal de Integração da Praia Grande para convocar os estudantes para as atividades a serem realizadas pelo DCE na UFMA.
Durante a atividade o gerente do terminal, acompanhado de guardas municipais tentaram impedir a panfletagem alegando que a Lei Municipal Nº 3430/96, art. 33, parágrafo único proíbe a panfletagem nos terminais e ônibus coletivos da capital, salvo casos autorizados pela SMTT. Como os estudantes continuaram a distribuição de panfletos, os guardas revidaram de forma ríspida, arrogante, truculenta e violenta, agredindo os estudantes, chegando à rasgar camisas e agredir fisicamente dois dos estudantes, levando os demais estudantes que nada tinham a ver com a ação tomarem partido e intervirem. Confusão armada, a polícia militar foi acionada, resultado, mais violência. Depois de interrogados na Delegacia de Polícia do Centro (1º DP) foi registrado um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) contra os estudantes. Em seguida eles foram ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito.
Por causa da confusão, a programação preparada pelo DCE-UFMA foi alterada. O vídeo-documentário “Greve de 79” que seria passado às 12:00h no Restaurante Universitário foi adiado para às 17:00h, assim também, o Ato Público e um ponche que aconteceria às 18:00 e 19:00h na área de vivência da UFMA foram adiados para logo após o vídeo-documentário.
O coordenador geral do DCE-UFMA, Gustavo Santos (23) informa que a confusão no Terminal da Praia Grande alterou, mas não desmotivou o DCE a comemorar os 30 anos da Greve da Meia-Passagem e a continuar a luta por melhorias para os estudantes. “Esse ato de violência feito pela polícia, que lembra a repressão de 74, não diminuiu em nada a nossa motivação em lutar por melhorias para a classe estudantil. Pelo contrário só nos deu mais ânimo para continuar lutando. O objetivo agora é lutar pelo passe livre”.
O coordenador geral ressalta que a discussão sobre o passe livre já foi iniciada e será continuada nos próximos dias em reunião da base estudantil.
O fato mostra que, passados 30 anos, tudo continua IGUAL! Afinal de contas, o prefeito é a mesma pessoa que governava o estado em 79 e que ordenou a truculência da polícia aos estudantes.
Há que se perguntar: O que devemos fazer? Comemorar 30 anos de vitória ou lamentar 30 anos de violência? Pois todos os dias jovens são mortos, a violência invade casas, destrói famílias...E a polícia? Em GREVE! Quando ela resolve aparecer é para, mais uma vez, AGREDIR ESTUDANTES e REPRIMIR a LIBERDADE DE EXPRESSÃO!

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