sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Operação Manzuá suspensa gera novas reclamações de som alto na Rua Grande.
Com a suspensão temporária da Operação Manzuá, as reclamações sobre abuso de som em pontos comerciais da Rua Grande voltaram a acontecer. Pessoas que passam frequentemente pelo principal centro comercial da capital afirmam que os locutores falam muito alto e incomodam quem passa em frente às lojas.
Em plena operação desde fevereiro desse ano até o mês passado, quando foi suspensa temporariamente por falta de apoio da polícia, a Operação Manzuá já recolheu várias caixas de som e microfones, devido ao volume muito alto que os locutores das lojas deixavam os equipamentos de som.
O locutor de uma loja da Rua Grande Felipe Santana, que teve o equipamento de som apreendido pela operação, reclama do possível abuso de autoridade feito pelos fiscais no procedimento de fiscalização e apreensão. Ele conta que perdeu uma caixa PR-500 que utilizava para trabalhar, e só não ficou sem emprego porque trabalha de carteira assinada.
“Muitos pais de família tiveram prejuízo com essa operação, pois além de alguns terem seus equipamentos de som apreendidos, ainda ficaram sem emprego, uma vez que trabalhavam com equipamentos próprios e eram apenas contratados pelas lojas”, afirma.
Santana disse ainda que, por causa da apreensão do seu equipamento, ficou dois meses sem trabalhar. “Voltei a trabalhar a três semanas, mas com uma caixa de som muito pequena comprada pela loja que dificulta meu trabalho”, completou.
Nilson Sousa, que trabalha como locutor de loja há oito anos, também reclama do abuso de autoridade dos fiscais da operação. “Houve abuso de autoridade sim. Eles (os fiscais) levaram caixas de som que estavam desligadas, além de cobrarem R$ 1.200 para permitir o funcionamento dos equipamentos. Só não tive a minha caixa apreendida também, porque guardei assim que os vi”, relata.
Além dos locutores dos pontos comerciais, clientes e locutores de lojas reclamam também que a Rádio Center Rua Grande (sistema de som de poste da Rua Grande) estaria com volume alto demais e que muitas vezes incomoda mais até que as caixas de som das lojas.
O jovem Hugo Leonardo, 24, afirma que o som da rádio aliado ao som das caixas de som das lojas causa uma confusão sonora nas pessoas que transitam pela Rua Grande. “É som alto pra todo lado. Isso acaba gerando uma confusão de informações. Você não sabe o que ouvir”, reclama.
O locutor Nilson Sousa queixa-se que a Rádio Center Rua Grande atrapalha o trabalho dos locutores de lojas. “O som da rádio acaba atrapalhando o nosso trabalho porque abafa o som das nossas caixas que é mais baixo. Não sei se a Operação Manzuá fiscalizou essa rádio também. Se não fiscalizou, deveria, pois se a lei é para uns, tem que ser para todos”, disse.
Operação Manzuá deve retornar em breve
O promotor Cláudio Cabral, responsável pela Operação Manzuá, informou que o retorno das fiscalizações está dependendo apenas de uma conversa com o Secretário de Segurança Pública Raimundo Cutrim para definir o apoio da polícia à operação. Cabral informou ainda que as fiscalizações em bares e restaurantes acerca do horário de funcionamento continuam.
Sobre a fiscalização na Rua Grande, o promotor afirma que nunca houve nenhum abuso de poder por parte dos fiscais, e sim que em alguns casos houve resistência dos locutores à apreensão dos equipamentos. Sobre a Rádio Center Rua Grande, Cabral informou que a mesma foi fiscalizada pela operação e foi orientada a manter o volume das caixas de som nos 55 decibéis permitidos pela lei.
Rádio Center Rua Grande
Os proprietários da rádio José Carlos Balbino e Airton Lima informaram que receberam a visita dos fiscais da Operação Manzuá e que estão cumprindo rigorosamente as determinações da justiça. “Estamos trabalhando com o volume de 55 decibéis, como fomos orientados pela fiscalização. Às vezes os clientes até reclamam, mas informamos a eles que não podemos aumentar mais o volume. É melhor perder o cliente do que ficar irregular e ser multado ou até deixar de funcionar”, disse José Carlos Balbino.
Os proprietários informaram ainda que o sistema de som está em funcionamento há 18 anos de forma regular e que 90% dos comerciantes da Rua Grande são seus clientes. “Fazemos um trabalho sério, legalizado e de alta qualidade. Não vejo motivo para esses locutores reclamarem do nosso som, uma vez que o volume das caixas deles é que é alto demais. A prova disso é que muitos perderam seus equipamentos, enquanto nós fomos apenas orientados a manter o som no volume que já operávamos”, completou Balbino.
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